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Escapar xixi, nunca é normal

Escapar urina, nunca é normal, independente da idade. Infelizmente, muitas mulheres apresentam escape urinário e levam a vida como se aquele incômodo não tivesse solução. E as crianças? Ah, Sabrina, é preguiça do meu filho que se distrai enquanto brinca e escape xixi. Será mesmo só distração? Eu quero apresentar um termo que não é popular, mas que resume o que acontece com você ou com o seu filho: distúrbios miccionais.

Você sabe o que significa?

Os distúrbios miccionais referem-se a qualquer tipo de problema relacionado à micção (urinar), interferindo no processo normal de urinar.

Alguns dos distúrbios miccionais mais comuns em crianças incluem:

  1. Enurese: É o termo técnico para a xixi na cama.  Consideramos a partir dos 5 anos de idade ou se a criança passou mais de 6 meses seca (mesmo com menos de 5 anos) e voltou a ter escape durante o sono. Pode ser primária (quando a criança nunca teve controle total da bexiga) ou secundária (quando a criança já controlava e depois voltou a urinar na cama). Monossintomática (quando só tem o xixi na cama), não mono sintomática (quando associada a outros sintomas).
  2. Disúria: Refere-se à dor ou desconforto ao urinar. Pode ser sinal de infecção do trato urinário ou vulvovaginite. Muitas crianças têm esse sintoma de repetição e é um sinal de alerta para investigação.
  3. Urgência miccional: Quando a criança sente uma necessidade súbita e urgente de urinar, com pouca capacidade de controlar a bexiga.
  4. Incontinência urinária: A perda involuntária de urina durante o dia, que pode ser desde pingos de urina na roupa íntima até molhar o chão. A maioria das crianças refere que não sentiu a perda urinária.
  5. Retenção urinária: Quando a criança tem dificuldade para urinar, ou retém a urina por períodos longos. A criança refere que não sente vontade de urinar. Nesse caso, é bem comum que os pais achem que a criança está distraída ou esquece.

Muitos distúrbios miccionais vêm associados a problemas evacuatórios, já que a bexiga (orgão que armazena urina) e reto (órgão que armazena fezes) são anatomicamente muito próximos. A enurese, inclusive, tem interferência com a constipação, tendo piora do quadro, se a criança é constipada. Entre os problemas evacuatórios, podemos listar:

  1. Constipação: dificuldade para evacuar A criança evacua fezes em bolinha ou fezes volumosas. Apresenta dor para evacuar, pode ter fissuras anais Algumas, a causa da constipação e a retenção de fezes, por algum trauma prévio. 
  2. Escape fecal /Encoprese: é a perda involuntária das fezes e é muito relacionada, principalmente,  à constipação crônica. Há crianças que os pais acreditam que o “borrão” de fezes na roupa íntima foi por falta de cuidado ao se limpar após a evacuação ou por preguiça. Porém, se a criança tem histórico de longa data de constipação é um sinal de alerta.

As causas dos distúrbios miccionais são diversas e em muitos casos são variadas.O diagnóstico precoce e o tratamento são fundamentais para uma qualidade de vida da criança e da família. Não normalize escape urinário ou fecal.

ENURESE

Enurese Noturna (ou “xixi na cama”) se trata da micção involuntária que acontece durante o sono. Considera-se enurese em crianças com 5 anos ou mais, que têm perda urinária mais de 1x por mês por 3 meses consecutivos. Muitas famílias demoram a buscar tratamento, pois acreditam que é algo psicológico e que não precisam “fazer nada”.

Infelizmente, é bem comum, as crianças sofrerem com baixa autoestima, devido a não poderem participar de eventos sociais como viagens escolares, festas do pijama, pois ainda necessitam do uso de fraldas a noite. E o fato causar um constrangimento.

A enurese pode ser classificada como:

  • Primária: A criança nunca teve um período “seco” por mais de 6 meses
    • Secundária: A criança teve um período de  mais de 6 meses de controle da bexiga durante a noite, mas depois voltou a ter episódios de escapes.
    • Monossintomática: Ausência de sintomas miccionais diurnos.
    • Não monossintomática: Com sintomas miccionais diurnos como alteração da frequência urinária, incontinência diurna, urgência associada à diurese, hesitação, alteração do jato miccional, manobras de retenção, sensação de esvaziamento vesical incompleto, etc.

Causas da Enurese

As causas da enurese podem variar, é bem comum que a criança tenha mais de uma causa, ou seja, é multifatorial. São elas:

  • Genética: A enurese tende a ser hereditária. O modo de herança é autossômico dominante, assim, se ambos os pais foram enuréticos, o risco é 77%. Se um dos pais teve enurese noturna o risco é 45%.
  • Poliúria Noturna: Normalmente, em crianças a produção de urina à noite é de 50% da diurna graças ao aumento noturno do hormônio antidiurético que diminui a excreção de água livre. Porém, em algumas crianças essa regulação não ocorre, o que leva ao aumento da produção de urina à noite. São crianças que a família relata que o lençol é molhado em grande quantidade, mesmo a criança com fralda.
  • Redução da Capacidade Vesical e Bexiga Hiperativa: A presença de hiperatividade vesical noturna pode causar diminuição funcional (não anatômica) de capacidade vesical à noite. A causa da bexiga hiperativa noturna é desconhecida.
  • Falha ao despertar: sono profundo, a criança que tem o sono pesado.

Outros fatores que estão envolvidos na enurese além dos tradicionais são:  interrupção de sono, constipação, distúrbio de sistema nervoso central, obstrução de via aérea e fatores comportamentais, especialmente Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Tratamento da Enurese

Durante o tratamento da enurese é necessário atuar em várias frentes, já que a causa é multifatorial.

  • Tratamento comportamental (uroterapia): Estabelecer rotinas que auxiliam no tratamento como a ingestão de água adequada e nos horários combinados, melhora da alimentação a fim de evitar alimentos que irritam a bexiga e/ou alimentos que constipam, entre outros.
  • Tratamento medicamentoso: Após avaliação médica, é estabelecido ou não, de forma personalizada o tratamento medicamentoso.
  • Tratamento com fisioterapia pélvica: Atua conforme a causa da enurese, realizando exercícios para consciência corporal, coordenação e desenvolvimento do sistema urinário.

A enurese é uma condição comum e tratável. É importante abordar a questão com paciência e compreensão, evitando punições ou vergonha. O tempo de tratamento varia, de acordo com as causas, a resposta do corpo ao tratamento e participação familiar na terapêutica.

Sobre a Profissional

Sabrina Aroucha
CRM 20291/ RQE 16878
Nefrologia Pediátrica
Distúrbios miccionais

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